segunda-feira, 26 de junho de 2017

Haveria algum espaço para a dúvida na vida cristã?

Nem sempre é simples perceber quando devemos acreditar e quando devemos duvidar. Principalmente quando o assunto é a fé. Mas haveria algum espaço para a dúvida na vida cristã? Uma boa definição explica a dúvida como um estado entre fé e incredulidade. A dúvida não seria uma coisa ou outra, apenas um meio-termo.

A essa altura, alguém perguntaria: “Espere um minuto: Jesus não repreendeu Tomé por ter duvidado?” É válido refletirmos sobre o que realmente aconteceu. Tomé é lembrado por ter duvidado da ressurreição de Cristo. Como não havia testemunhado a primeira aparição de Jesus, ao rever o grupo e saber da notícia, ele afirmou firmemente: 
“Se eu não vir as marcas dos pregos nas Suas mãos, não colocar o meu dedo onde estavam os pregos e não puser a minha mão no seu lado, não crerei.” (João 20:25, NVI)
Jesus Se reencontrou com os discípulos uma semana depois da declaração de Tomé. Cristo desafiou Tomé: 
“Coloque o seu dedo aqui; veja as Minhas mãos. Estenda a mão e coloque-a no Meu lado. Pare de duvidar e creia.” (João 20:27, NVI) 
Por que Jesus reagiu de forma tão severa ao lidar com a dúvida de Tomé? Será que toda dúvida é sempre errada? 

Uma coisa é ter dúvidas que sejam fruto de nossa incapacidade de entender determinado fato ou explicação. Outra coisa, bem diferente, é continuar duvidando quando as respostas estão bem à nossa frente! E o que aconteceu com o vacilante Tomé? Apesar de sua fraqueza, o paciente amigo Jesus tratou Tomé de tal maneira que ele se sentiu acolhido e disposto a seguir o Mestre.

No livro Mente, Caráter e Personalidade, Ellen White nos deixa mais alguns preciosos conselhos:
"A Palavra de Deus, como o caráter de seu divino Autor, apresenta mistérios que não podem ser nunca perfeitamente compreendidos por criaturas finitas. A entrada do pecado no mundo, a encarnação de Cristo, a regeneração, a ressurreição, e muitos outros assuntos apresentados na Bíblia, são mistérios demasiado profundos para serem explicados, ou mesmo cabalmente compreendidos pelo espírito humano. Não temos, porém, motivos de duvidar da Palavra de Deus pelo fato de não podermos compreender todos os mistérios de Sua providência.
Estamos, no mundo natural, continuamente cercados de mistérios que não podemos penetrar. Mesmo as mais simples formas de vida apresentam problemas que o mais sábio dos filósofos é impotente para explicar. Encontram-se por toda parte maravilhas que escapam à nossa percepção. Deveríamos, então surpreender-nos ao verificar que no mundo espiritual existe também mistérios que não podemos sondar? Toda a dificuldade jaz na debilidade e estreiteza do espírito humano. Deu-nos Deus nas Escrituras suficientes provas de seu caráter divino, e não devemos duvidar de Sua Palavra pelo fato de não podermos penetrar todos os mistérios de Sua providência.
Os que querem duvidar têm suficiente oportunidade para isso. Deus não Se propõe fazer desaparecer toda ocasião para a incredulidade. Apresenta evidências que precisam ser cuidadosamente analisadas, com espírito humilde e suscetível ao ensino; e todos devem julgar pela força dessas mesmas evidências. Deus dá aos espíritos sinceros suficientes evidências para crer; o que, porém, voltar os olhos da força dessas provas, somente porque deparou algumas coisas que sua inteligência finita não apreende, será abandonado à atmosfera glacial da incredulidade e da dúvida, vindo a experimentar o naufrágio da fé.
Machucas o coração de Cristo pela dúvida, quando Ele nos deu tais provas de Seu amor, dando a própria vida para salvar-nos a fim de que não perecêssemos, mas tivéssemos vida eterna. Ele nos disse exatamente o que fazer: 'Vinde a Mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei' (Mateus 11:28)."
Você tem dúvidas? Ótimo! Deus tem mais do que boas respostas: Ele oferece Seu companheirismo. Há muitas coisas que você não entenderá completamente. Para outras, você terá farta evidência ao longo da jornada. Com base naquilo que podemos assimilar por meio de nossa mente limitada, devemos decidir confiar no Salvador e declarar como Tomé: 
“Senhor meu e Deus meu!” (João 20:28, NVI)

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