segunda-feira, 23 de novembro de 2015

O mar de sangue do Apocalipse e o mar de lama do Espírito Santo


A lama de rejeitos de minério que vazou da barragem da Samarco - cujos donos são a Vale e a anglo-australiana BHP - em Mariana (MG), já chegou ao mar, neste domingo (22), após passar pelo trecho do Rio Doce no distrito de Regência, em Linhares, no Norte do Espírito Santo, segundo o Serviço Geológico do Brasil. O rompimento da barragem aconteceu no dia 5 de novembro. A chegada da lama tingiu o oceano com uma cor avermelhada. A previsão é que a enxurrada de lama deverá atingir uma área de 9 km de mar ao longo do litoral do Espírito Santo, de acordo com um modelo matemático elaborado por pesquisadores da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). E, embora os impactos no oceano devam ser menos drásticos do que no vale do rio Doce, eles poderão ser duradouros e afetar, por muitos anos, a presença de algas, moluscos, crustáceos e peixes.

Antes que alguém tente alguma interpretação mirabolante do evento ligando-o à segunda praga apocalíptica (Apocalipse 16:3), vamos tentar compreender o real significado da profecia.

A composição literária do Apocalipse mostra que as pragas ocorrerão após o último chamado ao arrependimento (a proclamação das três mensagens angélicas de Apocalipse 14:6-12) e depois do selamento dos santos (Ap 7:1-4). O povo de Deus do tempo do fim é chamado a separar-se de “Babilônia” e unir-se a Cristo, “para não serdes cúmplices em seus pecados e para não participardes dos seus flagelos” (Ap 18:4). Aqui temos um paralelo com o episódio das dez pragas que caíram sobre o Egito. Assim como o Israel da antiguidade foi protegido pelo “sinal” do sangue nos umbrais das portas (Êx 12:13), assim o “Israel” do tempo do fim será protegido por um selo especial de Deus, que os anjos colocarão na fronte de cada um dos escolhidos (Ap 7:3; 14:1).

Precisamos entender que a chave para decifrar o Apocalipse não é a aplicação rígida do literalismo ou do alegorismo. Do começo até o fim, este livro apocalíptico tece juntas a linguagem simbólica e a literal numa mesma tela (Ap 1:16; 22:14, 17). Por exemplo: A “mulher” que dá à luz “um filho varão, que regerá com vara de ferro a todas as nações” (Ap 12:5). A “mulher” aqui é simbólica, pois este símbolo foi empregado por vários escritores bíblicos para designar o povo do Deus (Is 54:5, 6; Jr 6:2; Ef 5:22-25). Já o “filho varão” é uma clara referência ao Messias prometido (Is 9:6). Portanto, a Bíblia deve dirigir o caminho para a compreensão da interpretação profética. No caso das sete pragas, é prudente dizer que todas são literais, ou seja, são juízos históricos de Deus, embora a sua descrição esteja mais ou menos em imagens simbólicas. Lembremos ainda que, pelo fato da profecia ainda não ter se cumprido, devemos ser cautelosos quanto a definições conclusivas.

Outra dúvida corresponde à universalidade dessas sete pragas. Será que elas atingirão o mundo em sua totalidade? Segundo alguns teólogos, parece plausível concluir que as pragas não serão universais, pois, se fosse assim, a Terra estaria praticamente destruída em poucos dias e a vida seria inviável, o que contraria o ensinamento bíblico de que muitos ímpios presenciarão a Volta de Jesus e receberão o juízo divino (Mt 25:41; 2Ts 2:8). Porém, não cabe a nós “suavizar” ou restringir aquilo que é definido nas Escrituras como “vinho da cólera de Deus, preparado sem mistura”. (Ap 14:10; 15:7). A ira de Deus será derramada “sem medida” sobre muitos e seus efeitos serão devastadores.

E o que acontecerá aos oceanos na queda da segunda praga? A segunda praga é derramada sobre o mar, que “se tornou em sangue como de morto, e morreu todo ser vivente que havia no mar”. Percebemos aqui um paralelo com o relato do livro do Êxodo. A primeira praga que caiu sobre o Egito atingiu as águas do rio Nilo, que se tornaram em sangue, de sorte que todos os peixes do rio morreram e os egípcios não podiam beber da sua água (Êx 7:17-22). Da mesma maneira, o mar será afetado na segunda praga apocalíptica. Aqui não vemos espaço para “eufemismos exegéticos”, supondo interpretações mirabolantes, tais como afirmar que as “águas em sangue” correspondem a algum tipo de fenômeno natural de coloração da água ou algo relacionado à poluição do meio ambiente. A Bíblia é categórica ao dizer que o mar “se tornou em sangue como de morto” (Ap 16:3).

Para não sofrer as últimas pragas que cairão sobre a Terra, precisamos permanecer “à sombra do Onipotente”, ou seja, ficar ao lado de Deus. Isso significa aceitar a Jesus como Único Salvador e obedecer aos Seus ensinamentos. Só existe refúgio e segurança em Jesus, Aquele que verteu Seu precioso sangue, capaz de salvar “todo aquele que nEle crê”. (Jo 3:16).

Assista abaixo estudo completo sobre as últimas 7 pragas de Apocalipse 16:

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