quinta-feira, 25 de junho de 2015

6 anos da morte de Michael Jackson e a "Terra do Nunca"


Exatamente há seis anos, em Los Angeles, no dia 25 de junho de 2009, o mundo perdia Michael Jackson, o astro que ostentou durante boa parte da sua vida o título de rei do pop. Morreu e parece que se foi sem nunca ter alcançado o que buscava: Felicidade.

Michael Jackson sonhava com um lugar seu, completamente ausente de sofrimento, onde ele se imaginava Peter Pan, eternamente jovem. Assim, ele construiu para si o parque temático Neverland (Terra do Nunca), que por causa de dívidas em dólares no mundo real, teve que mais tarde ser dividido com outros sócios.

A fragilidade existencial da Neverland de Michael Jackson estava estampada na estética face deformada que seu espelho e as câmaras refletiam. O Michael que se via (quando se via) na vida real era bem diferente “daquele” movimentado personagem dos clips. Imagem nunca foi tudo, como alguns insistem.

O erro e os desencontros de Michael Jackson com a vida foi imaginar que felicidade só é possível com ausência de sofrimento. Não conseguiu perceber que felicidade e sofrimento não são antagônicos e que não há como controlá-los. Nenhum analgésico é capaz de aplacar o sofrimento da alma. Nenhum ditame subverte a felicidade.

Lembrei-me do filme Shadowlands (Terra das Sombras). O filme retrata o período de vida do escritor C.S. Lewis (vivido por Anthony Hopkins) que marcaria para sempre o seu jeito de ver a vida e que foram estampados nos seus escritos. Depois de encontrar o amor da sua vida, Joy Gresham, ele a vê indo dolorosamente embora por causa de uma doença incurável. Neste contexto de extremo sofrimento se ouve de Lewis: “Por que amar, se perder machuca tanto? Eu não tenho mais respostas: só a vida que eu vivi… A dor de então faz parte da felicidade de agora. Esse é o acordo”.

Parece que “Terra das Sombras” insiste em apresentar o mundo como ele é. Sem fantasias enganosas ou fugas psicológicas. Um mundo onde sonhos, alegrias, fé e amor caminham ao lado de sofrimento, perdas, dúvidas e descrença. Um mundo em que a vida, apesar dessas experiências tão contraditórias, vale a pena ser vivida.

Viver a vida na sua plenitude é entender que felicidade não precisa pedir licença à dor para pulsar dentro da gente. Afinal ela faz parte das dádivas divinas: “No mundo, vocês vão passar por aflições, mas tende bom ânimo, Eu venci o mundo.” (João 16:33). Jesus conquistou a possibilidade de vivenciarmos a verdadeira felicidade, sem subterfúgios ou aparatos estéticos, sendo Ele mesmo o autor da vida.

Em Jesus conseguimos compreender a dinâmica de Deus com relação ao sofrimento humano e a maneira como encará-lo na vida. Como diz a personagem de Lewis em Terra das Sombras: O sofrimento faz parte da felicidade.

Lamentavelmente ainda somos, como Michael Jackson, atraídos para a Terra do Nunca, pois não suportamos os momentos que se descortinam sombrios. Só que a Terra do Nunca é fuga/bolha para quem não entendeu a vida ou ainda não cresceu, como Peter Pan… até mesmo, alguém como o rei do pop.

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