quinta-feira, 14 de março de 2013

Habemus Christus


Com a eleição do novo líder da Igreja Católica Apostólica Romana, é interessante nos lembrarmos por que não aceitamos a autoridade de um homem sobre a Igreja de Cristo. Segue abaixo trecho do capítulo 17 da Segunda Confissão Helvética, confissão reformada de 1566:
"É a cabeça que tem a primazia sobre o corpo, e é dela que o corpo todo recebe vida; pelo seu espírito o corpo é em tudo governado; dela, ainda, o corpo recebe acréscimo e pode se desenvolver. Ainda, há uma só cabeça para o corpo, com a qual ele se ajusta, e, por isso, a igreja não pode ter nenhum outro cabeça além de Cristo. Assim, como a igreja é um corpo espiritual, é preciso que ela tenha também uma cabeça espiritual em harmonia consigo mesma. Ela não pode ser governada por nenhum outro espírito que não seja o Espírito de Cristo. Por essas razões, Paulo diz: "Ele é a cabeça do corpo, da igreja. Ele é o princípio, o primogênito de entre os mortos, para em todas as coisas ter a primazia" (Cl 1.18). E em outro lugar: "Cristo", diz ele, "é o cabeça da igreja, sendo este mesmo salvador do corpo" (Ef 5.23). E, mais uma vez: "para ser o cabeça sobre todas as coisas, o deu à igreja, a qual é o seu corpo, a plenitude daquele que a tudo enche em todas as coisas" (Ef 1.22,23). Ainda: "Cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, de quem todo o corpo, bem ajustado e consolidado... efetua o seu próprio aumento" (Ef 4.15,16). E, por esses motivos, não aprovamos a doutrina dos prelados romanos, que fazem do papa o pastor universal, o cabeça supremo da igreja militante aqui na terra, o próprio vigário de Jesus Cristo, que tem, como eles dizem, toda a plenitude de poder e soberana autoridade na igreja. Isso porque nós cremos e ensinamos que Cristo, nosso Senhor, é e continua a ser o único pastor universal e sumo pontífice diante de Deus seu Pai, e que na igreja ele mesmo realiza todas as funções de um pontífice ou pastor, até o fim dos tempos; e, consequentemente, não há necessidade de ninguém para ocupar o seu lugar. Porque só aqueles que estão ausentes é que necessitam de substituto. Cristo está presente na sua igreja e é sua cabeça vivificadora. Ele proibiu, estritamente, aos seus apóstolos e sucessores qualquer superioridade ou domínio na igreja. Portanto, aqueles que, contradizendo-se, opõem-se a essa verdade manifesta e introduzem outro governo na igreja de Cristo não devem, porventura, ser considerados como aqueles a respeito de quem profetizam os apóstolos de Cristo, em Pedro (2Pe 2.1) e Paulo (At 20.29; 2Co 11.13; 2Ts 2.8,9), assim como em muitas outras passagens?"
Segue a transcrição dos textos citados:

2 Pedro 2.1: “Assim como, no meio do povo, surgiram falsos profetas, assim também haverá entre vós falsos mestres, os quais introduzirão, dissimuladamente, heresias destruidoras, até ao ponto de renegarem o Soberano Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina destruição.”

Atos 20.29: “Eu sei que, depois da minha partida, entre vós penetrarão lobos vorazes, que não pouparão o rebanho.”

2 Coríntios 11.13: “Porque os tais são falsos apóstolos, obreiros fraudulentos, transformando-se em apóstolos de Cristo.”

2 Tessalonicenses 2.8,9: “... então, será, de fato, revelado o iníquo, a quem o Senhor Jesus matará com o sopro de sua boca e o destruirá pela manifestação de sua vinda. Ora, o aparecimento do iníquo é segundo a eficácia de Satanás, com todo poder, e sinais, e prodígios da mentira...”

Nenhum comentário:

Postar um comentário