quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Parábola do Bom Argentino


Certa ocasião, um brasileiro levantou-se e perguntou: “Mestre, o que preciso fazer para herdar a vida eterna?”. “O que está escrito na Lei?”, respondeu o Mestre. “Como você a lê?” Ele respondeu: “Ame o seu próximo como a si mesmo”. Disse o Mestre: “Você respondeu corretamente. Faça isso, e viverá”.

Mas ele, querendo justificar-se, perguntou ao Mestre: “E quem é o meu próximo?” Em resposta, disse o mestre: “Um homem descia do Rio de Janeiro para Assunção, quando caiu nas mãos de assaltantes. Estes lhe tiraram as roupas, espancaram-no e se foram, deixando-o quase morto. 

Aconteceu estar descendo pela mesma estrada um pastor. Quando viu o homem, passou pelo outro lado. E assim também um apóstolo; quando chegou ao lugar e o viu, passou pelo outro lado. Mas um argentino, estando de viagem, chegou onde se encontrava o homem e, quando o viu, teve piedade dele. 

Aproximou-se, enfaixou-lhe as feridas, derramando nelas vinho e óleo. Depois colocou-o sobre o seu próprio animal, levou-o para uma hospedaria e cuidou dele. No dia seguinte, deu dois pesos ao hospedeiro e disse: “Cuide dele. Quando eu voltar, pagarei todas as despesas que você tiver”.

“Qual destes três, você acha que foi o próximo do homem que caiu nas mãos dos assaltantes?”.

Depois de muito auto-contorcimento, caras e bocas, respondeu o brasileiro:

“O argentino, que teve misericórdia dele”.

Túlio Benedetti - Unção Outros Não

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