quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Charlie Brown - Um vencedor?

Ele foi reprovado em todas as matérias na sétima série. Foi reprovado em física no científico, com nota zero. Também foi reprovado em latim, em álgebra e em inglês. 

Nos esportes, ele não foi nada melhor. Conseguiu entrar para o time de golfe da escola, mas perdeu o único jogo importante da temporada. Quando promoveram um jogo de consolação, ele também perdeu. 

Durante todo o tempo na escola, teve problemas com sociabilidade. Os outros alunos nem chegavam a não gostar dele, porque ninguém lhe dava importância suficiente para isso. Era como se ele não existisse.
 

Não se sabe como foi sua vida sentimental, mas ele nunca convidou uma garota para sair, durante todo seu tempo na escola. Tinha medo de ser rejeitado.
 

Ele era um perdedor. Todo mundo sabia disso. Até ele mesmo. Mas havia uma coisa muito importante para ele: desenhar. Seus desenhos eram seu orgulho.
 

Ninguém, além dele mesmo, gostava dos desenhos. No último ano do científico, ele ofereceu alguns quadrinhos para os organizadores do livro de formatura e todos foram rejeitados. Mas ele estava convencido de seu talento e resolveu se tornar um artista profissional.
 

Escreveu uma carta para os estúdios Walt Disney. Pediram que mandasse umas amostras do seu trabalho e sugeriram um tema para ele desenvolver. Ele desenhou os quadrinhos propostos. Trabalhou durante largo tempo. Quando recebeu a resposta dos estúdios Disney, descobriu que fora rejeitado. Mais uma derrota para o perdedor.
 

Ele decidiu, então, escrever sua própria biografia em quadrinhos. Descreveu a si mesmo quando criança – um garoto perdedor e que nunca conseguia se sobressair. Logo, o personagem de quadrinhos se tornaria famoso no mundo todo. 

O garoto para quem tudo dava errado, cujo trabalho fora rejeitado vezes sem conta, era Charles Schulz, o criador da tira Peanuts, do cachorro Snoopy e do pequeno personagem Charlie Brown. Um garotinho cuja pipa nunca voava e que nunca conseguia chutar uma bola de futebol.
 

Uma coisa é certa: Deus tem o tempo certo pra transformar perdedores em vencedores... 
O nosso trabalho é esperar e não desistir.

Nota: Charles Schulz era cristão. Teve educação luterana  e conexões fortíssimas com a Igreja de Deus, sediada em Indiana. Em 1955, publicou uma série de cartuns chamada Young Pillars (algo como "Coluna Jovem"), onde os adolescentes tementes a Deus passaram a ter em quem se espelhar: no personagem Harold e sua turma. Harold era para aqueles adolescentes, o que Charlie Brown estava se tornando em todo o mundo: uma espécie de símbolo. Mas enquanto Charlie era um derrotado cheio de esperanças, no qual pessoas de todas as idades podiam se refletir, Harold era um jovem modelo de moral rígida e fé inabalável. Young Pillars, infelizmente, é julgado rasamente como uma obra menor de Schulz, justamente por conta do rígido viés religioso. (AR)

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